segunda-feira, dezembro 18, 2006

Swim

«We're caught in a trap
And I can't walk out until
I collect the missing clues
It's you, it's you
And I worked to make it work
And I let myself get hurt
And kept sinking deep in you
.
All of my friends keep telling me that
"There's nothing to it"
But if this is love, it ain't enough
And I can't go through with it can't keep it up
We're at the party, they're playing the songs
And we're right here
But we never get to dance
.
We just sit and stare
.
You won't love me when I'm older
You always settle for the thrill
And while you sit there drinking water
"You cruel, you careless man"
I am trying hard to swim
.
I've sorted it out
Like they say
"you know... lo_ove bu_urns
like most good things do"
But then it's you
It's you on my window, it's you on my hallway
It's you on the rearview mirror talking
It's you on the radio in all the songs we've been through
.
But you won't love me when I'm older
You always settle for the thrill
And while you sit there drinking water
"You cruel, you careless man"
I am trying hard to swim
.
You won't love me when I'm older
You always settle for the thrill
So go ahead and choke on water
"You cruel, you careless man"
You will end where I begin»
David Fonseca
.
.
Hoje estava a ouvir esta música e lembrei-me de ti... Porque às vezes as memórias gravadas na pele não são suficientes para viver... E quando as palavras já não servem de nada é preciso ter força para seguir em frente. É precisa muita mais coragem para desistir do que para continuar uma luta que não existe... Porque até para lutar são precisos dois! E para te ajudar estamos cá nós, os amigos. Sempre que precisares.

Este post hoje é para ti, mor*
just let him choke on water...

domingo, dezembro 03, 2006

A todos um bom Natal!



........


_
_

~~*~~
Hoje ficam as fotos de um grande dia de jogo! eheh 0-2 em alvalade para nós! =) Mesmo quando nem tudo corre da melhor maneira os nossos meninos sabem como compensar! Atmosfera incrível no meio dos No Name Boys com os amigos por perto :) até os stewards ajudaram à festa!
A faltar só ficam as fotos das meninas de verde que não ficaram connosco a ver o jogo...

domingo, novembro 19, 2006

O silêncio

sabe tão bem contigo!*

~~*~~
ao som da chuva

domingo, outubro 22, 2006

Academia

No final de mais um FITU e no início de mais uma semana da Academia renovo a música aqui neste cantinho - "Amores de Estudante" do Orfeão Universitário do Porto, hino da Academia do Porto a que tanto me orgulho de pertencer e banda sonora de tantas noites académicas. Não há tuna como esta, não há academia como a nossa! Que venham muitas mais noites assim, que ser estudante é mesmo isto!
_
"São como as rosas de um dia
Os Amores de um Estudante,
Que o vento logo levou,
Pétalas emurchecidas,
Deixam no ar o perfume
De um sonho que se sonhou.
Capas negras de estudante
São como asas de andorinha
Enquanto dura o Verão,
Palpitam sonham uns instantes,
Aninhadas nos beirais
Do palácio da ilusão.

Quero ficar sempre estudante
P’ra eternizar a ilusão de um instante
E sendo assim o meu sonho de amor
Será sempre rezado baixinho dentro de mim

Os Amores de um Estudante
São franjas de ondas do mar
Que os ventos logo varreram,
Pairam na vida uns instantes,
Logo descem, depois morrem,
Mal se sabe se nasceram.
Mocidade, ó mocidade
Louca, ingénua e generosa
E faminta de ilusão,
Que nunca sabe os motivos
De quanto queira o capricho
Ou lhe diga o coração!"
_
~~*~~
Parabéns ao inimigo pelo 1º lugar no XX FITU que, apesar de tudo, consigo reconhecer que foi merecido.

domingo, outubro 01, 2006

E porque ando sem tempo para escrever... e porque tudo seria apenas mais do mesmo, hoje deixo aqui uma brincadeira que vi há uns tempos já não sei onde...
_
_
Go to your music player of choice and put it on shuffle. Say the following questions aloud, and press play. Use the song titles that come up to answer each question.
_
How does the world see me? Mesa - Arrefece
_
Will I have a happy life? Silence 4 – Sex freak (no comments...)
_
What do people really think of me? Jamie Cullum – 7 days to change your life (huh?)
_
Do people secretly lust after me? Pluto - Convite
_
How can I make myself happy? Bush - Inflatable
_
What should I do with my life? Toranja – Dá-me ar (nada poderia ser mais acertado! *_*)
_
Will I ever have children? Jamie Cullum – London skies
_
What is some good advice for me? Supernada - Irreal
_
What do I think my current theme song is? Vanessa Carlton – White houses (humm.. não!)
_
What does everyone else think my current theme song is? Vanessa Carlton – Pretty baby (definitivamente a minha theme song é da Vanessa Carlton... ou então não! lol)
_
What song will play at my funeral? Norah Jones – Turn me on
_
What type of men do you like? The Flys – Got you where I want you (ahahah... no comments!)
_
What is my day going to be like? Stereophonics – Step on my old size nines
_
Why am I here? OiOai – Sushy baby (amo-te mais e mais e mais e mais e mais...??)
_
What will people remember me for? Stereophonics – Have a nice day :)
_
What song will I get stuck in my head tomorrow? Margarida Pinto – Lembra-me de nós (oh não...)
_
Are there people outside waiting to take me away? Toranja – Só eu sei ver 8)
_
What will this year be all about? Diana Krall – The look of love (yeah right...)
_
What song will be played on my wedding? Toranja – Lados errados ("Amei-te do lado errado do coração"... será no meu 1º casamento?? lol)
_
For what would I kill someone? Death cab for cutie – A lack of color (absolutely no comments!)
_
What is the most precious in my room? Toranja - Contos (ahah... realmente há coisas fantásticas!)
_
With what song I'm felling asleep? Alanis – Your house
_
With what song I'm gonna lose/ I lost my virginity? New Radicals – Someday we’ll know (you will never know!)
_
What will be my last thought before I die? Margarida Pinto – Capitão romance (a possível veracidade deste jogo assusta-me... lol)
_
What is the best song to describe my school mates? Coldfinger – Cover sleeve (e não é que é mesmo?? ok... agora sim estou a ficar realmente assustada!)
_
I feel so... Pluto – O 2 vem sempre depois (por acaso hoje até não... começo a ficar mais descansada...)
_
Best song to describe my hidden sexuality? Toranja – Por detrás do fim (hein?)
_
Of what am I afraid? Expensive Soul – Falas disso (come again?)
_
My favourite quote: Savage Garden – So beautiful :)
_
I like to... Margarida Pinto - Apontamento
_
I wanna... Toranja - Ensaio
_
me... Shakira – Hips don’t lie (what??)
_
_
Just for the record... Eu usei o meu querido mp3 e não disse as perguntas em voz alta... (mas quem é que inventa estas coisas??)

quarta-feira, setembro 27, 2006



~ need to get away ~

quinta-feira, setembro 14, 2006

a força da ignorância

porque há coisas tão lamentáveis que merecem ser vistas... esta é uma delas. a tradição maior da tourada é a passagem da ignorância de geração em geração.
_
A tauromaquia é uma arte venal de torturar e matar animais em
público, segundo determinadas regras. Traumatiza as crianças e os adultos mais
sensíveis; agrava os estados dos neuropatas atraídos por estes espectáculos e
desnaturaliza a relação entre o ser humano e o animal. Por tudo isto, constitui
um desafio à Moral, à Educação, à Ciência e à Cultura.
_
UNESCO, 1980

sexta-feira, setembro 08, 2006

insónia

estou cansada. demasiado. cansada de fazer planos que nunca serão mais do que isso: planos. estou cansada de estar cansada. cansada de não poder fazer nada em relação a isso. cansada dos que se esquecem, dos que não sabem estender a mão mas que são os primeiros a pedi-la. cansada das leis que governam o mundo, da inutilidade. algo me diz que setembro não vai ser o melhor mês do ano. e só o Jamie sabe porque só ele me adormece todas as noites... e nem todas as noites me deito com força para adormecer...
_
_
_
_
_
e nem o Jamie eu vou ver...
_
_
_
~~*~~
ao som de
"Lover, you should have come over" Jamie Cullum
(original de Jeff Buckley)

terça-feira, agosto 22, 2006

pó de anjo

Percorro as linhas com os olhos – não sei o que escrever. Percorro a memória com o pensamento – não sei o que sentir. Parece-me que por mais voltas que a vida dê venho sempre parar ao mesmo sítio! Sempre de volta ao início, sempre o ter de recomeçar… e nem todos os dias acordo com força para enfrentar o mundo. Ás vezes só me apetece ficar aqui, quieta, sossegada. Mas não me deixam e, quando deixam, sou eu que não deixo. É o pensamento que viaja para a frente e para trás à velocidade da luz, é a consciência que não cala. Penso demais. Faço de menos. E sem dar conta chega a coragem e digo tudo o que ficou por dizer, tudo o que atormenta, na esperança que a caixinha das recordações se feche… mas mesmo assim ela teima em não fechar! E chegam os sonhos que não deixam dormir. Não quero de volta! Quero que deixes a minha rua, que não te escondas mais nos meus sonhos. Não posso ser culpada pela dor que não infligi. Mas todos insistem em fazê-lo, um atrás do outro. Não quero de volta. Foi bom, não houve nada melhor… mas vai haver. E eu só quero a calma, a paz que me é devida porque a vida que me espera é maior e eu não vou perdê-la por nostalgias.
_
_
 ~ ao som de ~ Canção da tua rua # Jorge Cruz ~ Ÿ
_
"enquanto desces o teu bairro e eu me escondo atrás de ti
ninguém há que se pergunte quem nós somos
ou quem nós fomos, eu sei lá
cada vez que te encontro dou uns passos para trás
aprendemos um com o outro muitas coisas
do que o amor nos faz
mas olha, agora tudo o que eu sou fugiu-me
olha, agora tudo o que eu sou fugiu-me
e ando a ver se te descubro noutro corpo
num qualquer
não sei se sinto falta de sentir a tua falta
ou se é a falta de te ter, é
mas quando desces o teu bairro sem me veres atrás de ti
parece mesmo muito mais fácil se eu desistir
eu quero ir até ti
deixar o medo vencer
só quero ir até ti
deixar o medo vencer
tenho promessas a fazer mas sei que nunca as vou cumprir
já reservei o mundo todo para quem...
para quem vier a seguir
pois é
e tenho visto tantos olhos embora nunca como os teus
o que torna bem mais fácil aceitar que deixes de ver em mim o teu deus
é que olha, agora tudo o que eu sou fugiu-me
olha agora tudo o que eu sou fugiu-me
e ando em busca da verdade nos silêncios que há em mim
embora o sol esteja quase a pôr-se
e a tua rua esteja quase no fim
ai vou mudar de direcção não vás virar-te para trás
e parecer-me muito mais fácil se eu voltar
eu quero ir até ti
deixar o medo vencer
só quero ir até ti
deixar o medo vencer."

segunda-feira, agosto 14, 2006

'

(...) ainda não haveis compreendido que a lei da instabilidade existe em todas as
coisas, que o coração do homem, mais vulnerável que uma pérola de vidro, é morada
da inconstância?

Shan Sa in Imperatriz

segunda-feira, agosto 07, 2006

acompanhamento sonoro

"Dentro de mim
Por dentro de mim

É pena quase não poder ficar

És quente quando a luz te traz
Quase te vi, amor...
Quase nasci sem ti
Quase morri
Dentro de mim

Ficas dentro de mim

Por dentro de mim
Estás dentro de mim...

Silêncio, lua, casa, chão

És sítio onde as mãos se dão
Quase larguei a dor
Quase perdi...
Quase morri...
Dentro de mim...

Estás dentro de mim

Por dentro de mim
Ficas dentro de mim

Sempre sou mais um homem

Mais humano
Mais um fraco
Sempre sou mais um braço
Mais um corpo
Mais um grito...
Sempre...
Dança em mim!
Mundo, vida e fim!
Dorme aqui... dentro de mim.

É pena quase não poder ficar...

No sítio onde as mãos se dão
Quase fugi, amor
Quase não vi
Vamos embora daqui
Para dentro de mim."

Toranja - Música de Filme

~~*~~
e a partir de agora todos os posts terão acompanhamento sonoro (para quem conseguir/quiser ouvir, anyway)
e a primeira música tinha de ser esta. :)

~~*~~
obrigada à Tamia pela ajuda e disponibilidade :)

quinta-feira, julho 27, 2006

Inconstância reflexiva

Não esperava vê-la quando abri a porta naquela manhã. Confesso que fiquei surpreendida… demasiado, talvez. O meu coração começou a bater a um ritmo estupidamente acelerado! Mas na verdade não sei quem ficou mais perplexa, se eu, que já tinha ouvido tantas histórias dela, se ela, que não me conhecia e que de certeza não esperava encontrar mais ninguém ali aquela hora. Controlei-me. Convidei-a a entrar e chamei-te. Nunca soube se a expressão na tua cara quando chegaste foi de surpresa por a veres ali ou de terror por nos veres juntas. Lado a lado. Perguntaste-lhe o que estava ali a fazer antes de a cumprimentares. Fulminei-te com o olhar! Ela desviou o dela e sorriu levemente. “Bom dia”, disse firme e lentamente. Aproximaste-te de nós. Ela pediu desculpa por aparecer tão cedo e, ainda por cima, sem avisar mas precisava de falar contigo. Acedeste com o olhar e apresentaste-nos. Ambas sorrimos. Enquanto vocês balbuciavam banalidades, eu observava a cena sem saber o que sentir. Sabia que nos haveríamos de encontrar algum dia, mas nunca pensara nisso, mesmo que o tivesse feito nunca o imaginaria desta forma! Num impulso peguei na carteira. Tinha de sair, tu já o sabias, pedi-lhe desculpa por ter de o fazer assim, fora um prazer conhecê-la… Balelas! Queria sair dali o mais depressa possível e tu sabias. Ela desconfiava – sorriu-me e retribuiu. Agarraste-me a mão, percebeste que ia embora por ti, que o melhor era dar-vos espaço, mas o teu olhar trazia o desespero da minha suspeita incompreensão. Fechei a porta atrás de mim e desci as escadas a correr. Parei no último degrau. Encostei-me à parede e pensei no que estava ali a fazer! Porque acedera ao teu pedido? Éramos loucos por pensar que podíamos fugir da realidade, que o que fazíamos não tinha consequências! Eu era louca por querer tanto acreditar em ti. Afastei os pensamentos (é mais fácil não ter consciência) e fui fazer o que deveríamos ter feito juntos naquela manhã. Nunca perguntei o que ela queria naquele dia. Tentei não dar importância ao que acontecera e o abraço e o olhar que me ofereceste mais tarde fizeram tudo valer a pena. Tudo. Mas ainda sinto a sombra dela a querer roubar-me a luz.
_
~~*~~
ao som de "Confiar" Toranja

sexta-feira, julho 21, 2006

eu vi um sapo

_
foto tirada numa manhã de aulas no jardim botânico...
_
_
 ~ ao som de ~ Aqueous Transmission # Incubus ~ Ÿ

sexta-feira, julho 07, 2006

interlúdio dançante

Sabes a saudade que não é saudade? Como quando voltas ao sítio que foi teu durante tanto tempo… Aquela sensação estranha que bate quando vês no que se transformou? Ou como está exactamente igual como se o tempo não tivesse passado? É isso. O bailado dos elefantes. A graciosidade do querer ser, da vontade. A falta de jeito do esforço, de quem esconde o inevitável. A revolução que foi devolvida. Já ninguém tem tempo para sentimentos profundos. Já ninguém quer saber da mudança. Dançam como corpos celestes. Rotineiros, acomodados. O que for será. Conformismo estúpido. E giram e voltam e não saem do sítio. Como o tempo. Há tempo demais. Tempo de menos. Cada vez mais fazem menos com o tempo que sobra. Esquecem as revoluções. Devolvem-nas. Renegadores da boémia. Enganam-se, pensam que se desprendem quando continuam agarrados. Evolução, dizem como se fossem a algum lado. Estão estagnados. Presos no esquecimento. No tudo que há-de ser nada. Crescem felizes na ignorância. Inefavelmente incompetentes.
Saudade? Não. Nostalgia? Não. Elefantes em pontas. Absolutamente desconcertantes. É isso que somos.
_
~~*~~
ao som de "Aviso-te" Margarida Pinto e Pacman

sexta-feira, junho 09, 2006

Amo Ciências



~~*~~
Faz hoje um mês que foi o nosso cortejo. Um mês! Este ano passou a correr... Hoje deixo aqui algumas fotografias da queima, em especial do cortejo (obrigada à minha mana e ao meu padrinho que o fizeram comigo). Agora que começam os exames só quero a queima de volta!
Este foi um ano absolutamente fantástico a todos os níveis e estas meninas e meninos contribuiram imenso para isso. Aqui sinto-me, finalmente, em casa. Estamos ainda no inicio da nossa vida académica... mal posso esperar por passar estes anos com vocês!
_
"Ai, ai, ai, ai
Ciências eu te adoro
Contigo estarei enquanto estudar
Quando eu te deixar eu choro"

sábado, junho 03, 2006

Affirmation

"I believe the sun should never set upon an argument
I believe we place our happiness in other people's hands
I believe that junk food tastes so good because it's bad for you
I believe your parents did the best job they knew how to do
I believe that beauty magazines promote low self esteem
I believe I'm loved when I'm completely by myself alone

I believe in karma what you give is what you get returned
I believe you can't appreciate real love until you've been burned
I believe the grass is no more greener on the other side
I believe you don't know what you've got until you say goodbye

I believe you can't control or choose your sexuality
I believe that trust is more important than monogamy
I believe your most attractive features are your heart and soul
I believe that family is worth more than money or gold

I believe the struggle for financial freedom is unfair
I believe the only ones who disagree are millionaires

I believe in karma what you give is what you get returned
I believe you can't appreciate real love until you've been burned
I believe the grass is no more greener on the other side
I believe you don't know what you've got until you say goodbye

I believe forgiveness is the key to your unhappiness
I believe that wedded bliss negates the need to be undressed
I believe that god does not endorse tv evangelists
I believe in love surviving death into eternity

I believe in Karma what you give is what you get returned
I believe you can't appreciate real love until you've been burned
I believe the grass is no more greener on the other side
I believe you don't know what you've got until you say goodbye"

Savage Garden

~~*~~
I believe it too.

terça-feira, maio 16, 2006

cicatrizes

Caí. Estou sentada no chão a ver o sangue que me escorre das mãos. As lágrimas caem em catadupa pelo meu rosto – silenciosas. Estou só. Queria ter cinco anos para encher os pulmões, abrir a goela e gritar pela minha mãe com todas as forças. Para ela pegar em mim ao colo e me dizer que está tudo bem, que o dói-dói vai passar… mas não tenho cinco anos. Tenho vinte e estou no chão, a chorar e a sangrar. Sozinha. Se, ao menos, tu estivesses aqui para me lamber as feridas, para lamber o sal das minhas lágrimas…
Mas não foi enquanto fugia de ti que caí? Não foi em ti que tropecei? Não foi por fugir para o lado errado que se me abriram mais as feridas? E sangro. E choro. Em silêncio. Sozinha. A poeira à minha volta não me deixa ver, mas sei que já não estás aqui. Também tu correste para longe, para amanhã. Porque não tens passado, nem presente. Só essa avidez pelo futuro e bebes tudo com sofreguidão para que passe depressa. Tudo é vida por viver. Queres sempre mais, mais e mais. E eu não vivo de esperanças, vivo de nostalgias.
Caí. Não me dói o corpo, mas a alma. No coração corre-me muito mais sangue que nessas feridas que me fizeste. Já não choro. As lágrimas sequei-as. Sozinha. As feridas lambi-as. Fechei-as. Sozinha. Agora são só cicatrizes para me lembrar de ontem.
Hoje vi as minhas mãos… eram de mulher.

sexta-feira, maio 05, 2006

morte

Sempre disse que não queria aquela vida para si. Sempre afirmou para si própria com toda a convicção do seu ser que nunca quereria aquele pedaço dele. Repetia-o constantemente, mas andava a enganar-se. Ela queria. Ela quer. Quer aquele pedaço dele com todas as suas forças. Deseja-o ardentemente porque, no fundo, sabe que é só o que alguma vez terá dele. Sempre disse que queria a essência maior, o ser mais puro, mas na verdade quer aquele pedaço – o rasgado, batido, oferecido ao desbarato nas calçadas gastas da sua cidade. Quer o amor sujo das roupas no chão. Quer o amor que não é amor, é só restos deles. Quer a respiração curta porque sabe que nunca terá os seus suspiros. E esquece os poemas, o amor maior que sonhava querer. E foge. Foge dela, para longe. Foge de si própria para se oferecer a ele como nunca se ofereceu a ninguém! Como ele nunca se ofereceria a ela… Vendida. Por nada. Ninguém paga nada. E a indiferença mata. A indiferença dele mata-a.

domingo, abril 23, 2006

palavras

É quase impossível transmitir o conforto que trazem certas palavras. Palavras soltas. Palavras que libertam. Palavras que fazem voar. Palavras que fazem doer. Palavras de todas as cores que trazem mil sentimentos! Palavras pequenas, singelas, inesperadas. Palavras da cor do céu e da lua que aquecem o coração e aconchegam a alma. Palavras que, por vezes, quero esquecer e palavras que guardo comigo, para ler de vez em quando. Palavras que pronuncio devagarinho para as sentir a vibrar dentro de mim, a roçarem de leve a minha essência. Palavras partilhadas.
Hoje, em especial, falo destas palavras – das que por aqui fui escrevendo ao longo deste ano. Palavras em que coloquei todos os receios, todos os sonhos. Palavras absolutamente vulgares. Aqui onde me desmaquilho do ser, no canto da alma, no reflexo dos sentidos. Hoje o blog faz um ano. Obrigada a todos os que me acompanham nesta viagem. Obrigada a todos os que me oferecem as suas palavras.

quarta-feira, abril 12, 2006

Leva-me contigo

Leva-me contigo.
Porque começo a confundir-me com a sombra.
Leva-me contigo.
Porque a vida está a perder o sentido.
Leva-me contigo.
Porque os olhos já estão demasiado inchados.
Leva-me contigo.
Porque dói-me a alma.
Leva-me contigo.
Porque estão a roubar-me a essência.
Leva-me contigo.
Porque este mundo pesa-me mais do que devia.
Leva-me contigo.
Porque o tempo escorre-me por entre os dedos.
Leva-me contigo.
Porque os sonhos começam a desvanecer-se.
Leva-me contigo.
Porque perdi a minha verdade.
Leva-me contigo.

Porque estão a matar-me lentamente.
Leva-me contigo.
Porque o frio é-me indiferente.
Leva-me contigo.
Porque preciso de acreditar que tudo pode ser melhor.
Leva-me contigo.
Preciso de ti. Fazes-me falta.
Leva-me contigo.
Leva-me contigo.
Leva-me contigo.

_
~~*~~
"Tento entender o rumo que a vida nos faz tomar
Tento esquecer a mágoa
Guardar só o que é bom de guardar"
Cada lugar teu – Mafalda Veiga

segunda-feira, abril 03, 2006

banda sonora

Não vês a agonia a escorrer nas paredes
As portas não param de ranger
É como um corte que entra no tímpano
Não aguento o barulho de dentro
Já não estou só...
Já não estou só eu a ouvir...
Já não estou só...
Já anda nas ruas!
Já comentam por aí!
Qualquer coisa não está bem...
Fala-se demasiado alto para quem está tão longe...
Fala-se demasiado alto para quem está tão longe...
Mas não tinha que haver pedrada alguém levou por arrasto.
Mas não tinha que haver pedrada alguém levou por arrasto.
A luz continua presa ao tecto
Por mais que se tente tirar
Está alta demais
Ou encadeia os olhos
Ou queima quando se toca
Parece que sabe queimar
Parece que não tenho janelas
Não entra ar aqui
Não entra ar aqui
Tira a mão quente dos olhos
Tira o frio da frente
Já tenho tão pouca gente para me encontrar
Desata-me os olhos
Desata-me a cara
Desata o teu corpo dentro do meu
Tira-me a voz que puseste no tempo
Que não está a querer desistir
De pisar os membros no chão
De arrancar os braços no tecto
Tira-me de mim.
Vá... tira-me de mim.
Tira-me de mim.
Vá... tira-me de mim.
Transforma o fraco em coisa forte porque tudo se renova...!
Transforma o fraco em coisa forte porque tudo se renova...!
Transforma o fraco em coisa forte porque tudo se renova...!
Transforma o fraco em coisa forte porque tudo se renova...

Ensaio
Tiago Bettencourt - Toranja
_
_
~~*~~
pelos grandes concertos dos últimos dias... pelas grandes noites... pelas novas companhias... pela música. sempre e acima de tudo a música.

sábado, março 18, 2006

retórica

Sabes a saudade profunda que só o fado nos transmite? Sabes a distância tão grande que dói? Sabes a solidão que gela? Sabes as lágrimas que queimam? Sabes a espera angustiante? Sabes o desespero que assalta? Sabes a vida que parte? Sabes o vazio que fica? Sabes a voz que conforta? Sabes a que atormenta? Sabes que é a mesma? Sabes o pensamento que devora? Sabes a ansiedade que mata? Sabes a vontade incontrolável? Sabes o bater acelerado do coração? Sabes a emoção imensa que embarga a voz? Sabes o lugar seguro cá dentro? Sabes o sorriso genuíno de quem ama? Sabes o momento que vais guardar para sempre? Sabes o desejo tão intenso que arrasa? Sabes a entrega total? Sabes a partilha? Sabes o tempo que, por muito que tentes, nunca pára? Sabes a fuga incessante? Sabes a constante inconstância? Sabes que só os loucos tentam alcançar o inalcançável? Sabes o tamanho da minha loucura? Sabes o tamanho da tua? Sabes o tamanho da nossa?

sábado, março 11, 2006

5 manias

Resolvi aceitar o desafio dele, portanto aqui vai:
_
1. Sou absolutamente incapaz de estar parada, estou sempre a bater com os pés, abanar as pernas, enfim... Esteja sentada ou em pé, nunca estou quieta (coisa que irrita profundamente a Cátia, principalmente quando estamos no anfiteatro do jardim botânico, porque abano a fila inteira! lol)
_
2. Tenho a mania de adormecer a ouvir música (quase sempre ao som de 20 Something do Jamie Cullum) e sempre com a persiana aberta, porque não há nada melhor que acordar com a luz do dia!
_
3. Faço listas infindáveis de livros, músicas e filmes que nunca terei tempo de ler, ouvir nem ver... Já para não falar dos espectáculos a que gostaria de ir (teatro, concertos, bailados, etc)! E confesso que isto me deixa deprimida... lol
_
4. Ando sempre com um anel (só um e sempre o mesmo porque é especial). Não sei bem se isto é uma mania, mas resolvi pôr porque se saio de casa sem ele... Meu deus!
_
5. A nostalgia (a pior das minhas manias).

Posto isto, passo o desafio à trina, à polly, à anokas, à bárbara e à tamia. Ninguém é obrigado a aceitar o desafio, mas quem quiser responde e passa em frente!

domingo, fevereiro 26, 2006

Não, não perdoo. Não me apetece. Hoje não me calo. Hoje não digo não. Hoje não digo sim. Hoje não digo o que queres ouvir. Hoje não baixo os olhos. Hoje não fico em silêncio. Não me importa. Hoje, simplesmente, não quero saber. Que se lixe! Hoje grito aos quatros ventos. Hoje sigo a música. Sigo o vento, a pedra, o sol, o pensamento. Não insistas, porque eu não quero mais. Hoje solto as amarras. Hoje arranco sorrisos falsos dessa cara sem emoção. Hoje arranco lágrimas. Hoje já não me interessa! Hoje arraso, parto, corro e esqueço. Hoje sinto a liberdade. Hoje sinto.
E sabe tão bem! Devias experimentar um dia...

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Vitória







~~*~~
e porque nos dias que correm o tempo escasseia, por hoje deixo só as fotos do grande dia passado em Lisboa na terça-feira... SLB!! =)

domingo, fevereiro 05, 2006

hold still





"In this little town
Cars they don't slow down
The lonely people here
They throw lonely stares
Into their lonely hearts

I watch the traffic lights
I drift on Christmas nights
I wanna set it straight
I wanna make it right
But girl you're so far away

Oh, hold still for a moment and I'll find you
I'm so close, I'm a small step behind you girl
And I could hold you if you just stood still

I jaywalk through this town
I drop leaves on the ground
But lonely people here
Just gaze their eyes on air
And miss the autumn roar


I roam through traffic lights
I fade through Christmas nights
I wanna set it straight
I wanna make it right
But man you're so far, far away

Oh, I hold still for a moment so you'll find me
You're so close, I can feel you all around me boy
I know you're somewhere out there
I know you're somewhere out there

Oh, just hold still for a moment and I'll find you
You're so close, I can feel you all around me

And I could hold you if you just stood still
Oh, I hold still for a moment so you'll find me
I'm so close, I'm a small step behind you
I know you're somewhere out there
I know you're somewhere out there
I know you're somewhere out there"

______________________________.David Fonseca e Rita



~~*~~
Esta música é absolutamente linda, das melhores que ouvi nos últimos tempos! Por isso deixo aqui a letra e algumas fotos de Augusto Brázio que fazem parte do videoclip que, tal como a música, está maravilhoso! E não estivesse a falar do David Fonseca...


~~*~~
a fee lembrou-me... então para quem quiser ver o videoclip é aqui ;)

terça-feira, janeiro 31, 2006

Inconstância

Sempre o cigarro. Que cliché tão grande! Não gosto de clichés… irritam-me! Sempre o branco, imaculado. Imaculado uma porra! Não acabaste de o sujar com o teu cigarro? Digo-te para não fumares, que faz mal, a mesma desculpa de sempre… Mas desde quando é que te importas com o que está certo ou errado? Se te importasses provavelmente não estaríamos aqui agora. Por isso calo-me e observo o fumo que sai languidamente da tua boca e se desvanece no ar. Não serás tu como que um cigarro para mim? Não será por seres tão errado que me sabes tão bem? Ah! As metáforas baratas, o pior cliché de todos! Não quero saber, tento afastar de mim os pensamentos… Além disso, agora é demasiado tarde para desenvolver uma consciência. E gosto de nós assim… errados, escondidos do mundo. Nós somos um cliché… Aninho-me em ti. Podíamos ser tão felizes, não fossem os malditos clichés que nos perseguem!

domingo, janeiro 29, 2006

Pede-me o que quiseres, só não me peças para admirar os fracos porque isso eu não sou capaz de fazer.

quarta-feira, janeiro 11, 2006

menina

Queria tocar-te, mas tenho mãos de menina. Queria tanto fazer-te tudo o que me corre cá dentro quando penso que já sou mulher, mas depois olho para as minhas mãos e vejo que ainda são de menina… Quis mudar! Pintei as unhas de vermelho, na esperança que parecessem mãos de mulher, mas não resultou. Ficaram apenas banais, vulgares – com uma vida que não é a minha. Pintei-as, então, de preto mas o contraste entre o negro das unhas e a pele nívea só as fez parecer mais pequenas. Ridículas. As mãos de uma menina que quer parecer mulher. Eu não quero parecer nada – já sou mulher! As minhas mãos é que ainda não cresceram… são mãos de menina. E eu sou mulher! E quero tanto tocar-te e fazer tudo o que me dá vontade! Mas as minhas mãos não deixam. As meninas não fazem essas coisas. E há tanta, tanta coisa que eu te queria fazer… se apenas as minhas mãos fossem de mulher.