terça-feira, janeiro 31, 2006

Inconstância

Sempre o cigarro. Que cliché tão grande! Não gosto de clichés… irritam-me! Sempre o branco, imaculado. Imaculado uma porra! Não acabaste de o sujar com o teu cigarro? Digo-te para não fumares, que faz mal, a mesma desculpa de sempre… Mas desde quando é que te importas com o que está certo ou errado? Se te importasses provavelmente não estaríamos aqui agora. Por isso calo-me e observo o fumo que sai languidamente da tua boca e se desvanece no ar. Não serás tu como que um cigarro para mim? Não será por seres tão errado que me sabes tão bem? Ah! As metáforas baratas, o pior cliché de todos! Não quero saber, tento afastar de mim os pensamentos… Além disso, agora é demasiado tarde para desenvolver uma consciência. E gosto de nós assim… errados, escondidos do mundo. Nós somos um cliché… Aninho-me em ti. Podíamos ser tão felizes, não fossem os malditos clichés que nos perseguem!

domingo, janeiro 29, 2006

Pede-me o que quiseres, só não me peças para admirar os fracos porque isso eu não sou capaz de fazer.

quarta-feira, janeiro 11, 2006

menina

Queria tocar-te, mas tenho mãos de menina. Queria tanto fazer-te tudo o que me corre cá dentro quando penso que já sou mulher, mas depois olho para as minhas mãos e vejo que ainda são de menina… Quis mudar! Pintei as unhas de vermelho, na esperança que parecessem mãos de mulher, mas não resultou. Ficaram apenas banais, vulgares – com uma vida que não é a minha. Pintei-as, então, de preto mas o contraste entre o negro das unhas e a pele nívea só as fez parecer mais pequenas. Ridículas. As mãos de uma menina que quer parecer mulher. Eu não quero parecer nada – já sou mulher! As minhas mãos é que ainda não cresceram… são mãos de menina. E eu sou mulher! E quero tanto tocar-te e fazer tudo o que me dá vontade! Mas as minhas mãos não deixam. As meninas não fazem essas coisas. E há tanta, tanta coisa que eu te queria fazer… se apenas as minhas mãos fossem de mulher.