segunda-feira, setembro 26, 2005

whole again

Não quero escrever mais para ti. Já nem sei quem és… não existes, não és real! A partir de agora vou escrever para mim. Eu sei, eu sei… foi o que sempre fiz! Mas hoje é diferente: vou escrever para mim, sem ti. Porque hoje estou sozinha, mas já não faz mal. Sei ser completa assim. Recuso-me a continuar entorpecida, mergulhada em fantasias para tentar esquecer a realidade. Não, não vou ficar agarrada a nostalgias. Quero o presente, não o passado. Quero vida. Hoje eu sou a vida! Não vou continuar a mentir só para que os dias passem mais depressa. Afinal tinha pressa para chegar aonde? Se não construía nada… Hoje tenho a coragem para encontrar a força dentro de mim, para usá-la. Eu sei que posso ser melhor que isto. Desculpa, mas não te quero mais, sejas lá tu quem fores… Vou partir à procura de mim e tenho de ir sozinha, por muito que me custe. Sei que vou cair, mas também me vou saber levantar e quando, finalmente, me encontrar vou poder dizer: “Sou feliz!”
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"These are the days that bring new meaning
I feel the stillness of the sun and I feel fine"
Jamie Cullum - These are the days

terça-feira, setembro 13, 2005

o verbo

Acorda Fala Sente Parte Corre Chora Treme Dança Espreita Suspira Desafia Atrai Avança Ataca Convida Brinca Deseja Brilha Arrasa Beija Sonha Despe Apaixona Vibra Cai Perde Sangra Magoa Sofre Guarda Esconde Recorda Partilha Esquece Muda Acredita Salta Voa Canta Grita Bebe Segue Joga Sorri Surpreende Agarra Descobre Escreve Alegra Aproveita Ousa Adora Contempla Fracassa Apaga Cura Levanta Embala Pensa Resiste Deambula Quebra Mostra Fascina Prende Inspira Procura Protege Imagina Sacrifica Revela Abraça Confessa Ama Alucina Enfeitiça Mergulha

Toca. Ouve. Cheira. Saboreia. Vê.
Vive! Porque, por aqui, também se vive!

domingo, setembro 04, 2005

Quisera eu...

Quisera ter-te aqui, ao pé de mim. A ti, que estás sempre tão longe e tão perto. És vida que corre dentro de mim. És sangue que ferve e me queima. Quisera ter-te aqui porque já não me encontro sem ti. Caminho descalça perante a tua alma. Estou presa a ti e não sei como me soltar.
Aconchegamo-nos na noite naufragada num mar de ruas que dormiam, esquecidas pelo tempo e pelos homens. Perdemo-nos entre palavras e vontades, entre gestos e ansiedades. Voámos em silêncio para não acordar o medo e cedo os meus desejos se tornaram nos teus beijos… Mas estás cada vez mais longe, e a cada passo teu que se afasta, a memória de ti enterra-se um pouco mais em mim. Sinto-me a afundar nesta solidão tão acompanhada…
Quisera ter-te aqui, comigo, só mais um pouco. Pudesse eu guardar o teu abraço e para sempre refugiar-me em teu regaço… mas sei que não posso. Tentei desgarrar os sentidos, mas não tenho forças para soltar as cordas que me atam a ti. Quisera ter-te aqui, ao pé de mim, mas por andar à chuva, molharam-se-me os sonhos…