domingo, janeiro 27, 2008

canção desta cidade





Às vezes parece que a tristeza vem para nos roubar a alma. Chega como quem não quer a coisa e senta-se ao nosso lado, deixa-se ficar até que nos afeiçoamos a ela e se torna cada vez mais difícil mandá-la embora. Afinal de contas é sempre bom ter alguém com quem conversar, alguém que sirva de desculpa para a vida que deixamos correr. E é essa mesma vida que deixamos correr que parece não deixar a tristeza ir embora… assim como um ciclo vicioso. E eu só quero que os anos passem depressa para poder viver a vida que tanto anseio. Já sei tudo de cor. Ou quase tudo, vá… Sei-te a ti e isso chega. Mas os anos não passam e os dias parecem arrastar-se numa angústia que corrói. Até que chegam dias como estes. Dias em que percebo que a tristeza não se vai embora enquanto eu não a mandar. Dias em que percebo que a angústia tem uma solução. Dias em que percebo que o tempo passa muito mais depressa se eu estiver ocupada. Dias em que percebo que já tenho a vida que quero, só me falta vivê-la.
E vou libertar-me da angústia, vou aproveitar a magia da cidade, vou tratar-te como mereces.


“Eu quero abraçar o que a vida traga. Só quero cantar esta canção. Deixar-me a nadar sem medo do fundo, até encontrar o centro do mundo.”
Jorge Cruz [com Marta Ren] in "Canção desta Cidade"

domingo, janeiro 13, 2008

Arcádia XXI

Um projecto arrojado.
Um projecto como poucos.
Daqueles que valem a pena.
Participem e divulguem!

Arcádia XXI.

sábado, janeiro 05, 2008

2


era para te contar tudo o corre por aqui. era pra te mostrar o tamanho da dor. era pra te mostrar o tamanho da felicidade. era pra te contar o sonho. mas perdi-me. esqueci-me. esqueci-me de ti no meio de todas a histórias que te queria contar. perdi-me entre o sonho, a felicidade e a dor. ainda te trago junto ao peito, não fiques triste. mas o tempo engana-me ou então sou eu que o tento enganar... nunca fui boa com o tempo. sou-o contigo, apesar do que a amargura que trazes te possa dizer. sabes que preciso sempre de mais tempo, seja para o que for. não quer dizer que não precise de ti. preciso-te tanto agora como antes, talvez mais... mas custa-me admiti-lo. o turbilhão em que agora vivo tenta ocultar-te. mas ainda sinto a tua falta e ainda penso em ti. não fiques triste comigo. eu prometo mostrar-te todos os sonhos que agarrar.


fotografia retirada do filme 'Le Fabuleux Destin d'Amelie Poulain'
[editada por mim]