domingo, janeiro 27, 2008

canção desta cidade





Às vezes parece que a tristeza vem para nos roubar a alma. Chega como quem não quer a coisa e senta-se ao nosso lado, deixa-se ficar até que nos afeiçoamos a ela e se torna cada vez mais difícil mandá-la embora. Afinal de contas é sempre bom ter alguém com quem conversar, alguém que sirva de desculpa para a vida que deixamos correr. E é essa mesma vida que deixamos correr que parece não deixar a tristeza ir embora… assim como um ciclo vicioso. E eu só quero que os anos passem depressa para poder viver a vida que tanto anseio. Já sei tudo de cor. Ou quase tudo, vá… Sei-te a ti e isso chega. Mas os anos não passam e os dias parecem arrastar-se numa angústia que corrói. Até que chegam dias como estes. Dias em que percebo que a tristeza não se vai embora enquanto eu não a mandar. Dias em que percebo que a angústia tem uma solução. Dias em que percebo que o tempo passa muito mais depressa se eu estiver ocupada. Dias em que percebo que já tenho a vida que quero, só me falta vivê-la.
E vou libertar-me da angústia, vou aproveitar a magia da cidade, vou tratar-te como mereces.


“Eu quero abraçar o que a vida traga. Só quero cantar esta canção. Deixar-me a nadar sem medo do fundo, até encontrar o centro do mundo.”
Jorge Cruz [com Marta Ren] in "Canção desta Cidade"

1 comentário(s):

Celi M. disse...

(eu que tantas vezes o odeiei chego a perceber-lhe o significado) :)